A Internet é cada vez menos gratuita.
A liberdade na Internet declinou globalmente no ano passado, marcando o oitavo ano consecutivo em que a atividade online geral foi reduzida, de acordo com um relatório divulgado na quinta-feira pela Freedom House, uma agência democrática.
Vinte e seis países demonstraram o declínio da liberdade na Internet, de acordo com o relatório, que pesquisou 65 países. Egito, Sri Lanka, Venezuela e Filipinas estão entre os países que apresentam as maiores quedas na liberdade na Internet. Apenas 19 países mostraram melhorias.
A Freedom House mediu o nível de liberdade de um país na Internet analisando o acesso à Internet; limites de conteúdo, incluindo censura; violações dos direitos do usuário, incluindo leis de privacidade; e registros de prisões ou ataques causados pela atividade de alguém na Internet.
Mais de dois terços dos países pesquisados prenderam pessoas pelo que elas disseram na internet, e mais da metade dos países exibiram censura online significativa, disse a Freedom House. Os problemas eleitorais estão por trás das quedas em quase metade dos países com quedas.
Allie Funk, analista de pesquisa da Freedom House, disse que a queda na liberdade digital foi provavelmente causada pelo uso direcionado de notícias falsas e pelo controle governamental de dados sobre seus cidadãos.
‘É extremamente preocupante’, disse Funk em uma entrevista.
A liberdade na Internet nos EUA também diminuiu, disse a Freedom House, citando o fim da neutralidade da rede, o escândalo Cambridge Analytica no Facebook, a preocupação com a desinformação durante as eleições de meio de mandato e a renovação da Lei de Emendas da FISA , que permite ao governo coletar dados pessoais rotineiramente em formação.
Um total de 71% dos usuários da Internet vivem em países nos quais as autoridades prenderam ou encarceraram pessoas pelo que disseram online, disse a Freedom House, enquanto 55% vivem em locais onde a censura online é severa.
A Freedom House também disse que a China controlou com mais firmeza a liberdade na internet. O governo chinês implementou uma lei abrangente de segurança cibernética e introduziu a tecnologia de vigilância no ano passado. A vigilância estatal em Xinjiang, uma região ocidental com minorias étnicas e religiosas, também aumentou, de acordo com o relatório.
A Freedom House recomendou que os legisladores implementem leis de proteção de dados mais rígidas, façam cumprir a legislação internacional de direitos humanos e imponham sanções às empresas envolvidas na vigilância. Os pesquisadores também sugeriram que as pessoas precisam estar mais conscientes das questões de liberdade na internet.
“Governo, empresas de tecnologia e cidadãos têm papéis importantes a desempenhar”, disse Funk.
